Impactos Globais e Instabilidades reduzem movimentação no Porto de Roterdã no início de 2025

Impactos Globais e Instabilidades reduzem movimentação no Porto de Roterdã no início de 2025

Porto de Roterdã registra queda na movimentação de cargas no 1º trimestre de 2025

O volume de movimentação total caiu 5,8%, puxado por petróleo, minério de ferro e carvão

Porto de Roterdã
Maasvlakte 2 com o Parque de Conversão e o Portlantis ao fundo. Foto: Martens Multimedia

📊 Destaques do Porto

📉 Queda Geral
5,8% no 1º trimestre
🛢 Petróleo e Derivados
Menos 4,6 milhões t
🌾 Granéis Agrícolas
Crescimento de 22,7%
📦 Contêineres TEU
3,3 milhões, +2,2%
Carga Geral
+0,6%, 7,8 milhões t

O Porto de Roterdã registrou uma queda de 5,8% na movimentação de cargas no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Foram movimentados 103,7 milhões de toneladas, contra 110,1 milhões no primeiro trimestre de 2024. A retração foi puxada principalmente pela redução no volume de petróleo bruto, derivados de petróleo, minério de ferro e carvão. Em contrapartida, houve crescimento na movimentação de granéis agrícolas, outros granéis sólidos e contêineres.

Apesar da expectativa de impacto, as tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos a produtos europeus ainda não influenciaram os resultados deste trimestre.

Boudewijn Siemons, CEO da Autoridade Portuária de Roterdã, comentou:

“Os primeiros meses de 2025 foram marcados por forte volatilidade no comércio global, impulsionada pelas ameaças de tarifas de importação nos Estados Unidos e pelos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. Essa instabilidade gera incertezas que impactam o comércio, os investimentos e, consequentemente, os volumes de movimentação. Em tempos como este, é fundamental que, junto aos governos nacional e europeu, o Porto de Roterdã siga fortalecendo um ambiente competitivo para novos investimentos.”

📦 Granéis Sólidos

A movimentação de granéis sólidos caiu 8,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024. A principal razão foi a redução de 28,1% no volume de minério de ferro e sucata, o que representa 2 milhões de toneladas a menos, reflexo da baixa produção na indústria siderúrgica.

O volume de carvão movimentado também apresentou queda de 17,3%, totalizando 4,5 milhões de toneladas, consolidando a tendência de declínio do uso do carvão na geração de energia.

Por outro lado, o volume de granéis agrícolas cresceu 22,7%, assim como o de outros granéis sólidos, que avançaram 44,1% — resultado, sobretudo, da entrada em operação de um novo terminal de granéis sólidos em Roterdã.

💧 Granéis Líquidos

A movimentação de granéis líquidos recuou 8,8%, somando 48 milhões de toneladas. O recuo de 4,6 milhões de toneladas deve-se à menor demanda por petróleo bruto, derivados e outros líquidos. Refinarias no noroeste da Europa, enfrentando margens de refino reduzidas, reduziram suas compras de petróleo bruto em cerca de 1,1 milhão de toneladas (totalizando 24,7 milhões de toneladas).

📦 Contêineres e Carga Geral

A movimentação de contêineres em unidades TEU (Twenty-foot Equivalent Unit – Container de 20”) cresceu 2,2%, atingindo 3,3 milhões de TEUs no primeiro trimestre. No entanto, em peso, houve uma ligeira queda de 1,1%. A diferença ocorre porque houve uma redução de 8,1% na exportação de contêineres cheios, que costumam ser mais pesados. A retração está ligada à fraqueza da indústria europeia e à diminuição das operações de transbordo em Roterdã.

Problemas operacionais, como mau tempo em janeiro e dificuldades no terminal HPD2, impactaram negativamente a produtividade. Contudo, a situação melhorou ao longo do trimestre, com março registrando desempenho superior aos meses anteriores.

O volume na rota transatlântica caiu 23,1%, reflexo da transferência de dois serviços para outros portos devido à capacidade limitada dos terminais de Roterdã. Em contrapartida, o tráfego vindo da Ásia aumentou 8,4%, impulsionado pela maior importação de produtos de consumo.

🚢 Carga Geral Fracionada e RoRo

A movimentação total de carga geral aumentou 0,6%, atingindo 7,8 milhões de toneladas.

O volume de cargas RoRo (Roll-on/Roll-off) caiu 1,8%, somando 6,2 milhões de toneladas, prejudicado pela forte concorrência do transporte rodoviário, em razão das tarifas baixas e do fraco crescimento econômico do Reino Unido.

Por outro lado, a carga geral fracionada subiu 11,2%, totalizando 1,6 milhão de toneladas, impulsionada, principalmente, pelo transporte de estacas tubulares para o projeto Porthos.

© 2025 Viamodal • Todos os direitos reservados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *