Expansão Portuária em Debate: O STS10 é a Solução para o Porto de Santos?

A necessidade de expansão portuária se torna evidente diante de números alarmantes. Em janeiro de 2025, segundo o boletim DetentionZero, 77% dos navios que utilizaram o Porto de Santos enfrentaram uma média de 12 dias de atraso – uma leve melhora em relação a dezembro, quando esse índice atingiu 84%. Esses atrasos resultam em aumento do custo Brasil, redirecionamento de cargas para outros portos, imprevisibilidade logística e cancelamento de escalas por empresas marítimas que evitam filas prolongadas. 

Com audiência pública virtual marcada para o dia 18 de março, a expansão do Porto de Santos com o terminal STS10 volta à pauta. O projeto visa aumentar em 50% a capacidade de movimentação de contêineres, mas enfrenta críticas por utilizar uma taxa de ocupação projetada de 90%, quando estudos internacionais recomendam uma ocupação máxima de 65% para garantir eficiência. Hoje, os terminais do Porto de Santos operam com uma média de 75% de sua capacidade total, e em alguns casos, os navios esperam 16 horas na Barra para cada 10 horas de operação. 

A questão fundamental é se essa expansão está realmente planejada para o futuro. O STS10 prevê quatro berços para navios de até 366 metros, mas a tendência global aponta para embarcações com mais de 400 metros. Além disso, a eficiência operacional desses gigantes dos mares depende de operações em capacidade plena, o que reduz custos e torna o transporte mais sustentável. No entanto, as atuais restrições do canal do Porto de Santos podem comprometer essa eficiência. 

Para que um projeto de expansão seja eficaz, é essencial incluir planejamento logístico e infraestrutura adequada. O Porto já sofre com gargalos significativos nos acessos rodoviário, ferroviário e hidroviário. Qualquer ampliação precisa considerar não apenas a operação portuária, mas também o impacto na cidade e a modernização das vias de transporte. A criação de centros de distribuição próximos ao Porto é uma tendência mundial que pode mitigar esses desafios e aumentar a competitividade do Brasil no comércio global. 

A expansão do Porto de Santos é necessária, mas precisa ser planejada com visão de longo prazo. Investir sem considerar a evolução do setor pode resultar em infraestrutura defasada antes mesmo de ser inaugurada. A solução para os desafios logísticos do Brasil não está apenas na construção de novos terminais, mas em um planejamento integrado que garanta eficiência, sustentabilidade e crescimento econômico sustentável.

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